Universidade do Agro promove o 1° Fórum de Estratégias de Prevenção a Incêndios em Reservas Florestais | Projeto Boi Bombeiro

Com o objetivo de debater soluções sustentáveis para a proteção das reservas ambientais, a Universidade do Agro promoveu o 1º Fórum de Estratégias de Prevenção a Incêndios em Reservas Florestais | Projeto Boi Bombeiro. O evento reuniu cerca de 60 pessoas, incluindo especialistas da EMBRAPA, INPE, IBAMA, Ministério Público de Minas Gerais e diversas instituições para discutir o equilíbrio entre o agro e o meio ambiente, destacando o pastoreio controlado como estratégia eficaz no combate às queimadas e na preservação dos biomas.

“Os incêndios florestais causam danos irreparáveis à natureza. O manejo das reservas legais, utilizando práticas como o pastoreio com o boi bombeiro para reduzir a vegetação inflamável, é uma alternativa necessária. A iniciativa da Universidade do Agro em promover este Fórum é fundamental para provocar a discussão, incentivar pesquisas e possibilitar futuras mudanças na legislação ambiental, buscando preservar nossas reservas de maneira mais eficiente”, explica o Engenheiro Agrônomo e Mediador do painel II, Paulo Piau Nogueira.

A pesquisadora da EMBRAPA Pecuária Sudeste, Sandra Aparecida Santos, participou do PAINEL II: Prevenção a Incêndios Rurais através do Manejo Integrado de Reservas Ambientais, e falou sobre o manejo dos combustíveis. “O Brasil tem enfrentado períodos consecutivos de secas severas, não apenas no Pantanal, onde atuei, mas também em estados como São Paulo, Minas Gerais e em toda a região Sudeste e Centro-Oeste. Isso elevou significativamente o número de incêndios de grandes proporções, com graves impactos ambientais. O fogo precisa de três elementos para ocorrer: combustível, oxigênio e calor. Desses, o combustível é o que podemos manejar. Neste evento, unimos especialistas, pesquisadores e representantes de instituições públicas para discutir estratégias de prevenção, reforçando que o manejo correto do combustível é essencial. Infelizmente, a política do 'fogo zero', adotada no passado, se mostrou ineficaz. Muitos ecossistemas, como o Cerrado, são adaptados ao fogo e dependem dele para sua renovação. Portanto, é necessário saber como, onde e quando utilizar o fogo de maneira controlada. O boi bombeiro surge como uma importante ferramenta para mitigar incêndios, pois consome o combustível fino – o capim seco - que é altamente inflamável. No entanto, assim como a queima prescrita, o uso do gado deve ser parte de um manejo integrado, planejado com base em diagnósticos técnicos e participativos. Não existe uma solução única. O sucesso na prevenção de incêndios depende da combinação de diversas estratégias, considerando o perfil de cada área e envolvendo as comunidades locais, que conhecem profundamente a dinâmica das suas regiões", pontua Sandra.

O tecnologista, pesquisador, chefe do programa queimadas por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Fabiano Morelli, também participou do Painel II e apresentou alguns produtos que o INPE desenvolve há mais de 35 anos, baseados em imagens de satélite. “No contexto do Fórum, enfatizei a importância de monitorar as condições de cada propriedade para mitigar a ocorrência de incêndios. Destaco ainda que, diante das mudanças climáticas e do aumento dos eventos extremos, é fundamental adotar medidas preventivas eficazes para evitar que o fogo invada as propriedades", finaliza.

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